sábado, 25 de fevereiro de 2012

LOUVOR


                    O    louvor é uma expressão de júbilo do povo de Deus tanto nos momentos de profusa alegria como no vale da dor mais atroz. Jesus, estando com sua alma angustiada, na noite em que foi traído, depois de celebrar a ceia com seus discípulos, no cenáculo, cantou um hino e saiu para o monte das Oliveiras,    onde travou uma luta de sangrento suor e derramou lágrimas, na mais    titânica batalha da humanidade. Paulo e Silas cantaram na prisão, à meia    noite, com seus pés presos no tronco e com seus corpos ensanguentados. O    patriarca Jó, mesmo esmagado pela dor avassaladora da morte de seus dez    filhos, num único acidente, prostrou-se com o rosto em terra e adorou a    Deus. Mais tarde chegou a dizer que Deus inspira canções de louvor nas noites escuras.

                 Queremos examinar o assunto em tela, examinando a passagem de 2 Crônicas    capítulo 20. Josafá, rei de Judá, homem piedoso e temente a Deus foi    entrincheirado por três nações inimigas: Edom, Amom e Moabe. Esses inimigos    entraram em acordo para atacar Jerusalém. A cidade de Davi estava cercada.    Os adversários já estavam posicionados, estrategicamente, às margens do Mar    Morto, muito próximo de Jerusalém. A notícia chegou ao rei de Judá numa    hora em que não se tinha tempo suficiente para esboçar qualquer reação    àquele grande exército invasor. Nesse momento, Josafá teve medo. Sabia que    era uma causa humanamente perdida. Sabia que o tempo conspirava contra ele.    Sabia que seus recursos eram insuficientes para entrar naquela peleja. Em    vez de desesperar-se, porém, Josafá pôs-se a buscar o Senhor, e decretou um    jejum em todo o Judá e conclamou o povo a orar. O próprio rei confessou não    saber o que fazer, mas reafirmou sua confiança em Deus, quando disse: “os    nossos olhos estão postos em ti”.

               Quando o povo clama a Deus, a resposta vem e vem trazendo orientação    segura. O povo não deveria temer. Deus lutaria por ele. A vitória não viria    do braço da carne nem da estratégia militar. Deus mesmo desbarataria seus    inimigos e lhes daria retumbante vitória. Surpreendentemente, Deus ordenou    que se ordenasse cantores que, fossem à frente do exército, cantando    louvores ao Senhor, em voz alta sobremaneira. A vitória viria não pela    espada, mas pelo louvor. Viria não pelo combate, mas pela adoração. Diz a    Escritura que, tendo eles começado a cantar e a dar louvores a Deus, o    Senhor pôs emboscada contra os inimigos e eles foram desbaratados. A    vitória não veio como resultado da batalha, mas como consequência do    louvor. O louvor não é apenas arma de guerra, mas o brado do triunfo.

              O louvor não é apenas consequência da vitória, mas, sobretudo, a causa da vitória. Não devemos louvar a Deus apenas depois que o inimigo foi derrotado, mas devemos louvar para que o inimigo seja derrotado. Não    devemos louvar apenas porque o sol está brilhando, mas devemos louvar mesmo    nas noites escuras. Não devemos louvar apenas depois que a tempestade se    foi, mas louvar para que ela se vá. O louvor é uma expressão de confiança    inabalável de que Deus está no controle da situação, mesmo que nós já    tenhamos perdido o controle. O louvor é a manifestação de nossa alegria em    Deus, mesmo que as circunstâncias à nossa volta conspirem contra nós. O    louvor não é apenas um sentimento ou uma emoção, mas uma atitude de    descansar em Deus e exultar em sua bondosa providência.

            Quando o povo de Israel chegou no acampamento do inimigo, o vale da ameaça,    encontraram seus adversários mortos e o acampamento repleto de ricos    despojos. O vale da ameaça foi chamado de “vale da bênção”. O lugar do    perigo, tornou-se o território da vitória. O ambiente de apreensão e medo,    transformou-se no palco da celebração. A arena da espoliação, converteu-se    em campo fértil da provisão. Aquilo que apontava para a morte irremediável,    transformou-se no cenário mais eloquente da vida. O louvor ainda hoje nos    coloca acima dos problemas e mais perto daquele que está assentado na sala    de comando do universo.

    Rev. Hernandes Dias Lopes